Aventurar-se nos mágicos caminhos da palavra encantada, abrindo o coração à visão do invisível, ao gesto da escuta, ao olhar que se maravilha, ao pensamento mágico e imaginativo, ao universo brincante, à diversidade cultural dos povos é o convite deste projeto de trabalho e vida.

domingo, 27 de setembro de 2009


A foto foi tirada em agosto, na apresentação do curso de ecoformação.
A Ana Paula Alcantara fez esta foto/composição incrível em que, sei lá como, colocou ao fundo as composições de grãos que estavam à minha frente. 
São imagens que os participantes foram convidados a fazer, celebrando personagens e temas dos contos narrados. Fiquei encantada com a produção deles!

sábado, 26 de setembro de 2009

história na praça

Depois de tantos dias de  chuva o sol surgiu e no belo sábado as histórias ganharam voz na praça. Primeiro o pessoal da rede do bairro convidou o povo a plantar duas árvores. Foi rica a experiência.

A luz de cada ser

 Foi uma semana rica de boas e gratas experiências. Na aula de hoje do curso  " Quem Conta um Conto", foi uma delícia e uma honra poder compartilhar as lembranças dos alunos. É bonito ver o fio da menmória sendo tecido. Ver que até quem achava quem não tinha nenhuma lembrança, aos poucos se conta com intantes mágicos e signnificativos.  É belo entrar em contato com a diversidade do nosso brasil que se revela nos falares,  nos gestos, nas evocações das pessoas das distintas regiões. Hoje a figura das avós contadora se fez presente com beleza e grandeza. Pais e mães também tiveram sua vez. Agradeço poder escutar e compartilhar as experências de todos, colocadas na roda com generosidade e emoção verdadeira

encontro com uma fada

 " Eu adoro histórias", disse- me uma menininha sorridente, de voz terna e sorriso gracioso.  Seu rosto se iluminava e ela repetia como gostava de histórias. Foi nesta semana,  numa escola onde tive a grata alegria de contar histórias para crianças de 3 a 8 anos. Foi tudo muito especial: os olhinhos encantados, as perguntas, os comentários.... Mas o encontro com esta fadinha, que me cumprimentou de modo tão gentil e de modo tão verdadeiro e espontâneo manifestou seu gosto pelas histórias, fez  meu coração vibrar de encanto.  Seu olhar era aquele " maravilhado " que minha mãe ensinou-me a buscar.  Olhar alumbrado da alma que se maravilha! Gesto a cultivar!

Obrigada fadinha de olhos ternos, pelo presente!

sábado, 19 de setembro de 2009

Intenção

Hoje na aula uma das alunas perguntou se para escolher o conto o contador deve se referenciar em sua vontade ou nas necessidades do ouvinte ( não  foram exatamente estas as palavras utilizadas, mas é como lembro-me da questão.... desculpe)
Penso que os caminhos podem ser vários.
Tem momentos em que  a sua vontade, o seu desejo,  a sua conexão com certas histórias  e certos temas, impulsionam sua escolha;  noutros momentos também acontece do mundo trazer demandas;
mas  também há  horas em que são as histórias que afirmam sua vontade e desejo de ser contadas. 
Este movimento  de mão dupla em que o ser segue detrminado em buca de sua meta, de seu destino, mas também recebe com flexibilidade o que o rio da vida lhe traz,  está presente nos contos.
Em "Fátima , a Fiandeira", vemos como ela vai sendo conduzida pelas águas do mar  ao encontro de seu destino, sua realização. "Em Balan, e seu Destino", é êle quem segue direto e reto com o propósito de acordar seu destino  que dorme o deixando na miséria.
A todo instante caminhamos por estas águas de mãos duplas....
Acho então que sempre passa por uma escuta interna, uma conexão profunda consigo mesmo, o outro, o mundo, os contos....
Como disse uma das alunas, é importante que você goste da história que vai contar. Sim, este gosto, alegria, prazer é essencial, penso. Mas também é interessante pensar que às vezes um " amor" pode acontecer à primeira vista e às vezes pode vir aos bocadinhos, à medida em que a relação vai se tecendo.
 De qualquer modo sinto que a conexão ou "sinergia"  - bela palavra que uma aluna usou - entre contador e conto é fundamental. Por isto gosto de trabalhar nas aulas com as lembranças e reminiscências da vida: pois quando brotam vêm carregadas de uma verdade, uma unidade uma inteireza,  que emocionam.  Quando evocam suas lembranças, quando a narrativa brota da experiência vivida - terreno em que o contador de histórias toma seu assento - o olho brilha, o gesto se faz gracioso,  o corpo se faz presente. Nestes intantes mágicos de reminiscências a "intenção e presença",  estes elementos que tanto  buscamos aprimorar no exercício cênico e da vida,  de algum modo se revelam  por outros caminhos. Não que a técnica e o exercício não sejam importantes, mas esta conexão com sua história, sua vida, vida , suas raízes... é vital, é um modo de também entrar em conexão com este estado de presença e verdade, que me parece fundamental ao ato de contar histórias.

 Mas a questão  dá pano para manga. E como creio que as perguntas  ou as demandas que vem do mundo estão trazendo questões importantes  para que eu mesma refleta, pare e pense, ouvindo verdadeiramente,  após a aula a pergunta ficou em meu coração.

Então lembrei-me dos contadores de histórias que se revelaram  ao longo de meu caminho:
Jacó quer contar histórias para mudar o mundo, tornar as pessoas mais felizes, alegres....
Sherazade deseja salvar as mulheres do reino que vão sendo mortas uma a uma pelo sultão...
Mãe dos Contos, precisa salvar o bebê que carrega no ventre da violência de seu marido...
Há também quem conte por que as histórias cobram este compromisso de quem com elas se vincula...

Todos têm uma intenção!
Então surge a pergunta: Porque você quer, deseja, almeja contar histórias?
Lembrando que a intenção também não precias ser cristalizada. A medida que caminha, descobre, redescobre, metamorfoseia,  suas intenções. Aqui pode ser uma, lá outra.

 Mas também podemos pensar que contar histórias é uma relação presencial, que envolve o contator, o ouvinte, o conto. É um ato de sutil e profunda escuta:  o ouvinte me escuta, eu escuto o ouvinte; por mim o ouvinte escuta o conto que escutei antes de contar e escuto enquanto conto. Revivido, o conto também se faz vívido de quem conta e quem escuta....

 e assim caminha pelos tempos...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

alegria de brincar

http;//encantares-tininhacalazans.brincar.blogspot.comVocê brincava de quê? Como era? Ainda brinca? Lembra aquela com a bola, jogando na parede e dizendo: ordem; seu lugar; sem rir; sem falar; uma mão, a outra; um pé, o outro; bate palma; pirueta; mão atrás; bola ao chão; rodopio!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Salve Quintana

 para bem terminar a noite, poemas de Mario Quintana:

"O Sonho
Sonhar é acordar-se por dentro."

e

"As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais imprevistas aventuras,
podem ter visitado as terras mais estranhas.
Nada lhes ficou. Nada lhes sobrou.
Uma vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada."


Bons sonhos

sábado, 12 de setembro de 2009

Fantasia, memória, alumbramento....

Hoje foi o primeiro dia de minha aula no curso de contadores de histórias na Paidéia.  Sempre me encanta ver como os olhos brilham e a fala se faz carregada de atmosferas quando cada aluno evoca suas memórias de infância.  A verdade e a presença revelam - se no contar, porque brotam da experiência.  Obrigada pela disposicão de recordar e compartilhar.
 Narrei a história do Homem Verde. Com ela iluminamos a crença no invisível, a fantasia, o olhar que se maravilha: elementos fundamentais ao contador.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Habitar a terra. Ser na Terra, da Terra. Terra que ampara, aconchega, alimenta.
São imagens que brotam das narrativas antigas sobre a criação do planeta.
Muitas vezes surge nA trama uma criatura cansada que recebe o amparo da Terra.  Também se repete esta imagem do torrão de terra que precisa ser resgatado das profundezas.
Hoje, deslizamos sobre a Terra, alheios  a estas relações....

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

dilúvio

Enquanto a chuva desaba mergulho na lenda do Dilúvio.  É belo como certos  temas  surgem  nas  narrativas dos mais diversos povos. Nesta lenda dos índios de Montana  em que estou trabalhando, me encanta a figura do Deus Criador que não surge como um Ser que sempre acerta. Ao ver que sua obra não é perfeita,  Êle desanima, chora, se lamenta....
Um Deus que derrama lágrimas fica mais perto da gente,  nos deixa mais calmos, apazigua o coração nos fazendo compreender que  podemos tentar  várias vezes, podemos criar, destruir, recriar, buscando aprimorar a obra.

Também é bonito como terra e água surgem numa relação de orgânica simbiose.  Depois de alagar a Terra, de aterrar a água, o Deus Criador conclui: "água sem terra não faz um mundo onde se possa viver, mas terra sem água também não!"

Diante destas palavras pensamos nos pobres rios de São Paulo. O que sobrou de sua grandeza?  Só  restam os tristes filetes de água que correm  soterrados pelo asfalto ou emparedados pelas muralhas de pedra, os carros ao largo.
Para compensá-los,  coloca-se um pouquinho de verde ao redor, jardim feito com grande alarde. Mas será que basta à natureza esta "pequenez compensatória?  Uma aárvorezinha aqui, outra ali, um gramado exíguo, supre a alma nda natureza que voa largo e livre, sendo tão generosa ao homem esquecido que também é natureza?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

celebrando o pequeno Griô


Hoje, aqui escrevo algo pessoal pra cantar meu gatinho que na segunda passada , neste mesmo instante, foi envenenado.
As pessoas deveriam tomar mais cuidado, com os venenos colocados nos canteiros e jardins.
Ele era um encanto e me alegrou muito.
Corria, se escondia, rastejava de costas como se em caçadas na floresta. Pulava do sofá para o chão, do chão para o sofá, com quando eu crinça dançava na sala, me imaginando em reinos mágicos e maravilhosos...
Ele roncava como um tratorzinho, , quando querendo carícia. E dormia, dormia... no colo. Também comia mosca e mosquito e adorava vagar pelos telhados. Era serelepe, era alegre, espuleta, querido e mimoso...
Salve Griô!