Tininha Calazans é atriz, contadora de histórias e arte-educadora. Sua formação universitária foi realizada na Universidade de Brasília onde se licenciou em Artes Cênicas (1982) e na Universidade de São Paulo onde se especializou em Teatro e Dança no Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes (1990). Na Oficina Cultural Oswald de Andrade cursou a formação em “Dança Contemporânea” (1990) e no Instituto Brincante fez a formação em “Educador Brincante” (2009). Ampliam sua formação acadêmica oficinas e workshops nas áreas de interpretação, cenografia, dança, consciência corporal, preparação vocal, brincadeiras tradicionais, pintura, danças circulares, euritmia, educação, contos de fadas.
Em sua
vida profissional tem atuado na esfera artística, pedagógica e cultural.
Como
funcionária da Fundação Nacional pró-Memória - Ministério da Cultura, trabalhou
em projetos de “Referenciamento da
Cultura Brasileira” e “Interação
entre Cultura e Educação” (1979-1990 em Brasília). Transferindo-se para
o Museu Lasar Segall desenvolveu ações pedagógicas de consciência corporal junto ao
coral e sobre a relação entre oralidade e escrita e entre encenação e o texto
teatral no laboratório de redação (1992-1994 em São Paulo).
No
campo artístico, atuou como atriz, preparadora corporal, diretora, produtora ou
figurinista em teatro adulto e infantil nas peças “Pequenos Burgueses”, “As
Troianas“, “Auto da Compadecida“, “Histórias do Arco da Velha“, “Estórias do
Cerrado”, “A Arara Encantada”, “No Natal a Gente vem te Buscar” entre outras. Atuou
em programas de rádio, áudio-books e vídeos. (1981-1990/Brasília).
Como professora, ministrou aulas de interpretação
teatral, expressão e técnicas corporais na Faculdade de Artes de Brasília (1986-1990);
em festivais de teatro, escolas e cursos particulares (1984-1990 em Brasília / 1991-1995
em São Paulo; na escola do dançarino e professor Rainner Vianna, de quem foi
assistente (1991-1992 em São Paulo) e na Oficina do Movimento onde foi sócia de
Neide Neves, Virgínia Costábile e Sandra Lúcia Gomes (1993-1994 em São Paulo).
Integrando seu interesse e experiência em
teatro e dança e nas questões relativas à cultura e memória, criou e apresentou
“Caminhos do Destino” seu primeiro repertório de histórias tradicionais (1993).
Encontrando e encontrando-se neste Ser que se mobiliza pela força
da palavra e do gesto, que entretece a memória e o imaginário e que é
responsável pela guarda e transmissão do saber de sua comunidade ou de seu povo
- a “Contadora de Histórias” - exonerou-se do serviço público (1994),
passando-se a dedicar-se integralmente
à arte milenar da narrativa.
Desde então, através do projeto
inicialmente intitulado “Teatro de Histórias Itinerantes” e posteriormente,
“Encantares” dedica-se à pesquisa e expressão da palavra poética ou encantada, desenvolvendo
atividades artísticas e pedagógicas. Ao longo destes dezenove anos de ação
contínua, o trabalho foi se pintando de vários matizes que compõem um todo.
Tendo encontrado a vocação ou “o
desejo de seu coração”, como se fala nos contos árabes, a Contadora mergulhou de
cabeça no mágico e sábio universo dos bardos, rapsodos, aedos, griots, menestréis,
faladores... Desta imersão surgiram outros repertórios inspirados em narrativas
populares dos povos. “Histórias entre o Céu e a Terra”; “Metamorfoses”; “Seres
do Encantado”; “Jantar das Mil e uma Noites”; “A Viagem de Babuska”; “Conversas
de Passarinhos”; “Aventuras de Uma Sacióloga”, são alguns dos títulos
direcionados a crianças e/ou adultos. Associada a Monica Simões do grupo Caixa
de Imagens cria e realiza a “Tenda de Histórias e Títeres” apresentando dois
espetáculos que integram contação e bonecos, em praças públicas, escolas, festivais,
espaços culturais.
A levar adiante este projeto de trabalho e
vida, a artista foi aprofundando e diversificando a relação com a palavra verbal
e escrita.
Ainda na dimensão da cultura oral
passou a pesquisar brincadeiras, danças de roda, adivinhas, parlendas e outras
formas da linguagem verbal em prosa e verso, que incorpora em seus repertórios.
“Histórias Cheias de Brincadeiras”; “Cont-Anças”; “Graças da Língua” “Decifra-me
ou te Devoro”, são alguns dos títulos que ilustram esta vertente que veio
complementar a figura da “Contadora” com
aquela da “Brincante”.
A “Festeira ou Celebrante” - outro papel da narradora milenar - também
foi descoberto e assumido em apresentações e vivências que festejam as estações
do ano, as festas, o tempo, o alimento, a vida, os povos. “Quando as Folhas Caem” é um dos títulos
apresentados, entre outros locais, no projeto Oásis onde durante seis anos Tininha
Calazans realizou a “Noite de Contos Orientais” e também celebrações das
estações do ano, estas em parceira com a equipe do espaço e de convidadas como
Monja Cohen. (1996-2004).
Levando as histórias a pacientes de hospitais,
postos de saúde, clínicas de psicologia, associações de deficientes visuais,
físicos e mentais acessou o atributo curativo dos contos milenares também chamados
de “contos de ensinamento”.
No exercício de adaptar os contos tradicionais pesquisadas em uma ou
mais fontes e de tecer a costura entre elas para criar os espetáculos
narrativos, os textos criados foram ganhando contornos e cores cada vez mais
autorais. Deste processo brotam as figuras da “escritora e da ilustradora” que ousam criar histórias de pura
ficção ou ficção entremeadas com biografias/histórias de vida. “Palavras ao
Vento” (a biografia lendária do poeta Yunus Enre); “Nas Asas do Beija Flor” (a
vida de Augusto Ruschi entremeada com lendas); “Nos Meandros da Memória” (sobre
os rios de São Paulo); “Menina Borboleta no Reino do Faz de Conta” e “Menina
Borboleta no Reino das Histórias” (biografia fantasiosa da autora), são exemplos.
Alguns destes repertórios
nasceram por impulso da autora e outros foram criados para atender a demandas
externas, tais como:
- “Salve Mãe África”, um
repertório composto por contos africanos criado inicialmente para evento do SESC
Itaquera e que anos mais tarde foi complementado com lendas afro-brasileiras em
verso e prosa sobre Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Chico Rei, para
participar de evento do SESC Carmo festejando a Irmandade dos Homens Pretos;
- “Conversas de Passarinhos”, um
repertório de lendas indígenas, escrito e apresentado por demanda do SESC Carmo;
- “Nas Asas do Beija Flor” (biografia
de A. Ruschi) criado por encomenda do núcleo de educação ambiental do SESC
Itaquera;
- “Nas Margens da Memória (história
dos rios de São Paulo) criado por encomenda do núcleo de educação ambiental do
SESC Itaquera
- Repertórios de histórias sobre
a felicidade, o amor, a beleza e sobre a vida de Gandhi, criados para cursos e
eventos realizados pela Associação Palas Athena;
- “Histórias no Coreto” (“Ser Poeta - Ser Criança”),
um sarau composto por poemas de Drummond, Quintana, Bandeira, entre outros,
para o evento Gigante em Pílulas, do SESC Santo André;
- Intervenções diversas com pensamentos
e poemas preparadas para eventos do SESC Vila Mariana e SESC Santana sobre o alimento;
viagens e viajantes (projeto de Mala e Cuia); velhice; saúde geral; saúde dentária;
jogos; ócio e lazer criativo;
- Histórias de Samir Cury
Mezerrani, para homenagem ao autor em evento na PUC-SP;
- Histórias de Fanny Abramovith,
para homenagem à autora, na livraria cultura;
Mas a variedade não se refere
somente aos gêneros literários. Ao longo destes anos Tininha Calazans também tem
se dedicado a pesquisar diferentes formas de narrar, ora valendo-se tão somente
da palavra e do gesto, ora agregando elementos sonoros e plásticos à
performance. Nesta busca estética e conceitual também têm criado ambientes e
situações distintas para estabelecer o ato cênico- narrativo. Neste contexto se
inserem os projetos “Histórias e Sabores” que alimenta corpo e alma, servindo
textos e quitutes aos ouvintes aconchegados ao redor da boa mesa ou da toalha
de piquenique; “HistoriArte”, que amplifica a fruição através da vivência de
atividades expressivas e lúdicas; “À Luz de Histórias” que convida os ouvintes
sensibilizados pelos textos, ao exercício dialógico e ao compartilhar de reminiscências
e saberes; “ Ofertórias” e “Ao Pé do Ouvido”, em que serve poemas e contos para uma pessoa ou pequenos grupos por vez,
em intervenções fixas ou itinerantes; “ BibliotecAmbulante” que oferece livros e leitura ao público e “Sarau,
com poemas e música ao vivo.
Por fim, ao longo destes anos a
“aducadora” também se fez e faz presente, realizando cursos, oficinas, workshops,
vivências, assessorias, palestras relativas à memória, ao brincar e à arte de
contar histórias para educadores, pais, avós, crecheiras, artistas, idosos,
cuidadores, empresários, jovens e crianças.
Abaixo, segue uma listagem com alguns dos
locais, eventos, grupos e pessoas que acolheram o projeto.
ATIVIDADES ARTÍSTICAS:
- empresas (seminários, treinamentos, eventos e
confraternizações): Rhodia, Roche, Unimed, Unilever, Becton
Dickinson, Petrobrás, Nestlé, Eletropaulo, Camargo Corrêa, Alpargatas, Banco do
Brasil, Embratel, Pernambucanas;
-
entidades educacionais: Faculdade Metodista, UNIP, Faculdade Anhembi Morumbi, Núcleo
de Gerontologia da PUC – São Paulo, Faculdade Costa Braga de Terceira Idade, Externato
Nossa Senhora do Morumbi, Colégio Beit Yacov; Escola Britânica, Colégio
Assunção, Colégio Emilie de Villeneuve, Colégio Porto Seguro, Objetivo, Objetivo (Lavras), Colégio Lourenço Castanho,
Colégio João XXIII, colégio Porto União, Colégio
Pioneiro, Colégio Costa Braga, Escola São Francisco de Assis, Colégio Gradual,
Escola Rainha da Paz, Colégio Magno, Escola Uirapuru, Colégio Elvira Brandão,
Mackenzie, Escola Suíça, Colégio
Vértice, Colégio Oswald, Colégio Rizzini;
- entidades de saúde e sociais: Ambulatório de Oncologia
da SBMA, Alternativa – Oficina Abrigada de Trabalho, Associação dos Deficientes
Visuais, ABRALE, Projeto Einstein na Comunidade, Associação Beneficente
Parsifal, Projeto Oásis; Hospital São Mateus; Projeto Pipa – Inclusão pela
Arte, da APAE; Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, Posto de Saúde da
Prefeitura de São Paulo;
Ong Conexão; núcleos de terceira idade, cursos de
cuidadores de idosos; grupo de mulheres do clube do círculo Militar de São
Paulo;
- entidades culturais: Associação Cultural Monte Azul, Palas Athena, Paidéia, unidades do SESC, Tuca;
Teatro Lélia Abramo, Colônia de Férias dos Funcionários do Banco do Brasil,
Ateliê do óleo, Espaço Cultural da Sociedade Antroposófica, Casa das Rosas,
Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido.
Espaço Flamboyant,
-
entidades públicas: departamento Dot-Naci/Prefeitura
de São Paulo - Casas de Cultura da
Prefeitura de São Paulo, Bibliotecas e Pontos de Leitura da Prefeitura de São
Paulo, posto de saúde da Prefeitura de São Paulo, bibliotecas e associações
comunitárias da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Bibliotecas da Secretaria
de Cultura do Estado de São Paulo, Prefeitura do Ceará, Prefeitura de Mogi das Cruzes; Casa das Rosas, Centro Cultural
São Paulo; unidades
do SESC São Paulo, litoral e interior.
- festivais e eventos: “Uma Janela para a Utopia – teatro infanto – juvenil /
Paidéia”, “Boca do Céu, “Contadores de História-Prefeitura de São Paulo”, “Primeira
Mostra Teatral de Extrema –Minas Gerais” “Festival da Mantiqueira” e Viagem Literária
“(Secretaria de Estado de São Paulo) - Semana da Hospitalidade – Anhembi
Morumbi - Homenagem à Mahatma Gandhi, no MASP e Praça da Paz /Palas Athena;
Seminário de Turismo - Prefeitura de Embu, evento da
justiça federal de 1 grau, Bienal do Livro, comemorações do dia do
bibliotecário;
- feiras: Mayfest,
Oktoberfest, Avistar;
- livrarias e editoras: Cultura, Da Vila, Saraiva Millenium, Nobel da Granja, Sinodal, Kadik;
Casa de Livros; Melhoramentos, Spiro, Saraiva Cultura Ática Shopping Cultural;
- grupos: Associação de médicos, dentistas, bibliotecários,
empresários, enfermeiros, profissionais de recursos humanos;
-editais: contação de
histórias da Prefeitura de São Paulo; contação de história como mediação de
leitura da Prefeitura de São Bernardo do Campo; Oficineira da Compares,
oficinas no Tendal da Lapa, projeto Viagem Literária - módulo contação da
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo;
-
meios de comunicação: Rádio
e Televisão Cultura, Rede Vida de Televisão.
ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS:
- curso, workshop, oficina, palestra-
espetáculo: Emei
Salomão Jorge, CEI Jardim Kagoara, Colégio Rizzini, Colégio Vértice, Faculdade
Unip, Núcleo de Gerontologia da PUC São Paulo, Faculdade Anhembi Morumbi,
creche do SESC casa de cultura do Ipiranga, SESC Carmo, SESC Santos, funcionários
de creches da Prefeitura de São Paulo, grupo de pré-adolescentes de escola da
Prefeitura, Casa de Cultura do Ipiranga; no V Encontro de Profissionais da Rede
Municipal de Ensino de Piracicaba, educadores do Ceará, “Primeira Mostra
Teatral de Extrema-Minas Gerais, Palas Athena,
Editora Sinodal Paidéia, Tuca, Casa de Cultura de Santo Amaro, Ceus e creches
da Prefeitura e particulares através do Instituto Olinto Marques de Paulo, Sociedade
Antroposófica;
-
atividade processual de contação de história: oficineira
no Projeto da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo,
contando histórias para crianças na Creche Girassol (favela da Vila Remo) e no
Ong Ceprogig (Grajau); Creche Girassol, Ong Ceprocig, Participação em projeto
da Prefeitura de São Paulo desenvolvendo ação de histórias com terceira idade
na Casa de Cultura de Santo Amaro e curso livre sobre arte de contar histórias;