Aventurar-se nos mágicos caminhos da palavra encantada, abrindo o coração à visão do invisível, ao gesto da escuta, ao olhar que se maravilha, ao pensamento mágico e imaginativo, ao universo brincante, à diversidade cultural dos povos é o convite deste projeto de trabalho e vida.

sábado, 10 de março de 2007

Histórias Cheias de Brincadeiras 2008



























A alegria de brincar é dos maiores tesouros que trago guardado em meu coração. Foi minha mãe quem me doou este gosto precioso, deixando que eu brincasse à vontade e também ensinando brincares divertidos.
No tempo de minha infância as brincadeiras eram muitas e nesta época, em São Paulo, ainda era possível brincar na rua .
Futebol, queimada, corridas de bicicleta, quatro cantos, alerta, bolinha de gude, eram algumas das brincadeiras e jogos que
ocupavam alegres o espaço público, já asfaltado, mas que ainda tinha uns trechos de mato. Era ali que iamos colher mamona. Com os frutos redondos e espinhentos faziamos munição para brincar de guerras e, com os talos furados, canudos para as bolinhas de sabão que não vinham prontas mas eram feitas misturando-se água com sabão em pó. E neste tempo divertido, quando a noite chegava com suas sombras e trevas, também nos revelava a linda luz da lua e das estrelas que não eram ofuscadas pela ferina lâmpada de mercúrio de mercúrio. Achar o Cruzeiro do Sul, as Três marias e outras que já não me lembro, era uma delícia. Quando era tempo de lua nova minha mãe nos chamava a dizer: vovózinha, vovozinha, me dá um pote de mel com farinha para o meu gatinho que chora de fome no pé do fogão! E quando a estrela cadente cruxava o firmamento o coração deslumbrava-se coma visão e a possibilidade de fazer um desejo. O quintal também era lugar de brincar, assim como a sala, os quartos, a escada... Mar vermelho, bafo, casinha, boneca, pulga e balanço eram alguns de meus brinquedos favoritos. Os aniversários também eram uma delícia. Bem mais simples do que os de hoje, é verdade. Mas creio que mais saudáveis. Sobre a mesa, os docinhos feitos em casa: brigadeiro, amendoim e o delicioso sanduiche de molho de tomate que minha mãe fazia como ninguém. Os presentes não eram avolumados numa caixa para serem abertos depois. Não! O mais gostoso era abrir cada pacote, ali mesmo na frente de quem o dera, agradecer e depois colocá-lo em cima da cama! Bate panela, rabo de burro, pique-pega, esconde -esconde, corrida de saco, eram alguns dos brincares com que nos entretinhamos. Muitas outras diversões compuseram esta parte de minha vida, mas isto é outra história que fica para outra vez vez. Por hora ainda vou dizer que este gosto pelo gesto lúdico, levou-me a fazer "Histórias Cheias de Brincadeiras", um repertório que convida crianças e adultos às alegrias de brincar. Aproveitando a conversa, agradeço aos mestres artesão que fizeram alguns dos brinquedos tradicionais usados na cena Belos e singelos, sem pilha, sem controle remoto, os tão antigos brinquedos feitos de pano, de madeira, de palavras, ainda divertem e encantam as crianças de hoje. As crianças de ontem, ou adultos de hoje, também se alegram e envolvem relembrando os brincares de sua infância e de tempos de antanho. Decifrando enigmas, falando com ritmo e rima sem embolar a língua, aventurando-se nas histórias com estruturas divertidas e ainda dançando em roda, os mais novos e os mais velhos encontram- se no gesto brincante essencial ao homem de todo tempo e lugar.
Data: 15 de março às 16 horas.
Duração: entre cinqüenta e sessenta minutos
Local: Pátio dos Coletores de Cultura – Teatro Paidéia - Rua Darwin 153 – Alto da Boa Vista – Santo Amaro - São Paulo /SP - 5522 1283
Público: crianças a partir de 4 anos e adultos
Ingressos: R$ 6,00 e R$ 12,00
Ficha Técnica: direção, interpretação, textos e recontos de Tininha Calazans
Luz: Ana Porto
beijos.....

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